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A Trump(a) toda no Capitólio

  • Foto do escritor: José Pedro Barbosa
    José Pedro Barbosa
  • 20 de jan. de 2021
  • 4 min de leitura

Fonte: Getty Images

Dia 6 de dezembro de 2021. Uma data que vai ficar para história do mundo ocidental, pelos piores motivos. Mas não pensem que este é um ato isolado e que partiu de umas eleições “aldrabadas”. Tudo isto começou no dia 20 de janeiro de 2017, há quatro anos atrás. Esse foi o dia em que Donald John Trump fez o seu juramento de amor ao país e se tornou oficialmente no 45º Presidente dos Estados Unidos da América.


Após anos mais pacíficos e de maior entendimento entre o povo americano, a seriedade e clareza das mensagens de Barack Obama teve como susbtituto a linguagem banal e incendiária do “Apprentice” Trump. As Eleições Presidenciais nos US of A representam o problema político dos Estados Unidos, um país onde só Democratas e Republicanos têm alguma hipótese de vencer e concorrer com os mesmos direitos que outros partidos. Em 2016, vimos um autêntico jogo de futebol “americano”, onde o Quarterback Obama, após oito anos a um nível de MVP viu-se obrigado a sair do jogo. O povo “treinador”, com duas opções no banco, teve de escolher entre o mau e o horrível.


Os debates entre Hillary Clinton (mulher do 42º Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton) e Donald Trump (ah… empresário rico?) trouxeram audiências que os debates entre os ponderados Barack Obama e John McCain nunca tiveram. Trump, que a nível político já foi democrata, republicano, talvez até franciscano, usou como estratégia de debate o insulto gratuito e o seu inegável carisma para ganhar ainda mais fama do que a que já possuia pelo mundo fora. Acusações de misoginia, xenofobia e racismo só deram ainda mais tempo de antena a uma voz que dizia representar os “verdadeiros americanos”, algo que em 2021 parece muito familiar na aVentura que são as Eleições Presidencias Portuguesas.


Durante a sua presidência, Donald imitava o seu tio Pato com muitos “qúas-quás”, embirrento se as coisas não fossem à maneira, sem capacidade de diálogo com o Congresso Americano e a usar o Twitter (rede social onde muitos frustrados com a vida vão libertar o pior que há na raça humana) como meio de comunicação com o seu “povo”. Em 2020, começamos a assistir às rachas na comunidade americana que tinham sido tapadas com areia. O assassinato de George Floyd, colocou parte da América de joelhos e a protestar contra a injustiça social, afirmando que “Black Lives Matter”. Um movimento que procurava protestos pacíficos, de modo a demonstrar descontamento com o modo como pessoas negras ainda eram tratadas, pedindo uma reforma na Polícia Americana para evitar mais casos como este. Como em qualquer tipo de manifestação, muitos foram os indivíduos que se aproveitaram para fazer de conta que estavam associados ao movimento e causar o pânico .



Fonte: AFP


A outra parte dos Estados Unidos, dizia o seguinte: “é uma falta de respeito ajoelhar durante o hino, não são americanos” e “All Lives Matter, not only Black ones”. Qual foi a resposta de Trump? Bem, constantes tweets pedindo “ORDER!, ORDER!”. Talvez não tivesse sido atendido e estivesse com fome, é possível, mas nada que uma fortuna “legítima” de 4,5 biliões de dólares não resolva. Após ter sido instaurada a “ordem” no país via Twitter, o país foi a votos, no meio de uma pandemia. Joe Bide n pelo lado dos Democratas, Donald Trump pelo lado dos Republicanos. Num enorme desafio pela veracidade, para que todos possam votar. Trump, inicialmente, afirmou que ia “vencer estas eleições, facilmente”, mas para estarem atentos aos “Mail-in Votes”, estratégia utilizada nestas eleições de modo a permitir o máximo de votos possíveis na pandemia.


Se é verdade que nem tudo correu pelo melhor, aqui assistimos a mais uma das táticas de Donald, a atribuição prévia de culpa aos outros. Prevendo que podia perder estas eleições, foi criando a narrativa de que os votos estavam a ser fabricados e que venceu em muitos dos estados onde todos os votos ainda não tinham sido contados. “STOP THE COUNT”, passou a ser a sua nova frase. Não sei o que é que o Drácula tem a ver com o Vampiro que viveu estes quatro anos na Casa Branca, mas a verdade é que as teorias da conspiração foram “lançadas” para o mundo.


Lembram-se do dia 6 de janeiro de 2021? Sim? É natural. Vão-se lembrar durante muito tempo. Um dia em que os seguidores fiéis do Trumpismo invadiram o Capitólio, um dos monumentos mais importantes e históricos dos Estados Unidos da América. Acho que também havia alguns “Proud Boys” e tal, mas, ao que parece, não têm ligação nenhuma com o estimado presidente, portanto, ficamos todos mais descansados. A resposta dos seguidores? “Acho muito bem, fomos pacíficos”, “o BLM também fez protestos violentos”, procurando justificar o injustificável, a destruição de património, a morte de quatro pessoas e a interropção da nomeação de Joe Biden como novo Presidente dos Estados Unidos.


Mas fiquemos descansados. Após dias de tweets a dizer que “ganhou as eleições e que vamos recuperar o que é nosso”, publica um vídeo dizendo para saírem do Capitólio e que “todos sabem que ele ganhou”. Agora, bloqueado no Twitter, o movimento #WeAreTrump ganha força, afirmando que não liberdade de expressão a uma pessoa que não admite que o corrija e não concorde com as suas ideias. Aparentemente, teremos uma nova plataforma online somente para que Donald possa enviar as suas mensagens instigadoras e nocivas.


Ainda vamos a tempo de voltar a 2016?

 
 
 

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