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  • Foto do escritorMiguel Freitas

A última subida de Vítor Oliveira

Com uma carreira de 20 anos como jogador e de 30 como treinador, Vítor Oliveira, "O rei das subidas" morreu, hoje, vítima de um ataque cardíaco aos 67 anos.

Fonte: Observador

De acordo com uma notícia avançada pelo jornal Record, Vitor Oliveira, estava a fazer uma caminhada junto de sua casa, em Matosinhos, quando se sentiu mal, acabando mesmo por falecer. O técnico que estava sem clube desde a última experiência no Gil Vicente na época transata, tinha comentado recentemente alguns jogos da Taça de Portugal como o Paredes - Benfica ou alguns jogos da Champions League como o Marselha - Porto. Também recentemente, tinha sido sujeito a uma operação no coração.


O início de uma longa carreira


Apesar de só ter ganho reconhecimento enquanto treinador, começou o seu trajeto no mundo do futebol como jogador. Fez a sua formação toda no clube do seu coração, o Leixões, e foi no clube de Matosinhos que se estreou profissionalmente em 1972. Teve uma carreira maioritamente na principal divisão do futebol português, com passagens por clubes como Famalicão, Sp. Espinho e Sp. Braga.


Em 1983, transfere- -se para o Portimonense SC, onde acaba a carreira, em 1985, depois de 23 partidas disputadas e um golo marcado pelo conjunto algarvio. Com apenas 31 anos, teve a sua primeira experiência a sério como treinador, depois de ter sido treinador- -jogador no Famalicão, em 1979. Na sua primeira temporada no Portimonense, consegue um inédito sétimo lugar na Primeira Divisão.


O rei das subidas


Nos anos seguintes trabalhou com vários clubes entre a Primeira e Segunda Divisão Portuguesa. Com passagens por Portimonense, Maia, P. Ferreira, Gil Vicente, V. Guimarães, Académica, U. Leiria, Sp. Braga, Belenenses, Rio Ave, Moreirense, Leixões, Trofense, Desp. Aves, Arouca, Moreirense, União da Madeira e Desp. Chaves, antes de voltar a repetir passagens por Portimonense, P. Ferreira e Gil Vicente, conseguiu 11 subidas de divisão, a última em 2019, com o clube da capital do móvel.

Este feito mereceu tal destaque que o The Guardian fez um artigo a detalhar todo o seu perfil, sinal do reconhecimento pelas constantes promoções de equipas à Primeira Liga.


Curiosamente, tal como contou em entrevista ao Observador, o futebol nem foi a primeira paixão do treinador. “Jogava como base ou extremo. Também jogava voleibol e andebol, era o tempo da mocidade portuguesa. Havia aqueles que jogavam de basquetebol, os que jogavam voleibol, os que jogavam andebol e os que jogavam tudo. Cresci num ambiente muito eclético, devo dizer-lhe," começou por explicar


"Mas lá fomos ao treino de captação, aos juvenis do Leixões em futebol, às 17h. Saímos da praia e tal e lá fomos. A pé, ainda não havia dinheiro para ir de autocarro. Ficaram todos menos eu. E até era o melhor do grupo. Pronto, tudo bem, fui-me embora. Passadas duas semanas, o Leixões volta a chamar-me. O treinador era o Óscar Marques, uma figura do futebol leixonense, que muito fez por nós e por todos os outros. Os meus amigos, os tais escolhidos nas captações, foram dizer-lhe que o melhor jogador era eu e que o tinham mandado embora. Pediu então uma nova avaliação e acabei por ficar”.


O luto do futebol português


Consensual entre os adeptos do futebol português, a morte de Vítor Oliveira apanhou toda a gente de surpresa. Sejam rivais, treinadores, jogadores ou dirigentes, ninguém ficou indiferente.


Vítor Oliveira nunca precisou de treinar um grande, para ser um grande. Até já, mister.


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