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  • Foto do escritorPedro Marques dos Santos

Joe Biden é o 46º Presidente dos Estados Unidos da América

Projeções dão a vitória nas eleições americanas ao candidato democrata, depois de ganhar nos estados de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. O presidente eleito promete unificar a nação. Donald Trump ainda não reconheceu a derrota e prossegue com as batalhas legais.

Fonte: Reuters

Já passavam das 16h00, em Portugal Continental, quando a 7 de novembro, quatro dias depois das urnas terem fechado, Joe Biden, o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos da América (EUA), começou a ser dado como o vencedor das eleições. Apesar de ainda existirem votos por contabilizar, a ultrapassagem do antigo vice-presidente americano a Donald Trump, atual presidente, no número de votos em alguns dos estados-chave fez com que as projeções de vitória se tornassem unânimes.


Graças a vitórias no Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, a "CNN" e a "Associated Press" foram os primeiros órgãos de comunicação social a dar a vitória ao democrata, que lidera ainda nos estados do Arizona, Geórgia e Nevada. Seguiram-se a "NBC", "CBS", "ABC" e "BBC", bem como a própria "Fox News", a estação de preferência do presidente Donald Trump.



Com esta vitória, Joe Biden chega finalmente à presidência dos Estados Unidos, aos 77 anos e depois de duas tentativas falhadas, tornando-se no mais velho presidente da história do país. Por sua vez, Kamala Harris assegura já um lugar na história como a primeira mulher a assumir o cargo de vice-presidente.


Biden, um presidente para “reconstruir a alma da América”


“O propósito da política é resolver problemas, garantir justiça, dar a todos uma oportunidade. Somos opositores, mas não inimigos”. Estas foram as palavras de Joe Biden para os seus apoiantes, horas antes das projeções que o davam como vencedor começarem a ser avançadas, no mesmo tom apaziguador que havia caracterizado as suas declarações durante a noite eleitoral.

Fonte: Getty Images

Nesse momento, o agora presidente eleito afirmava que “quando acabar este processo, vamos fazer o que devemos fazer, deixar a campanha para trás, baixar a temperatura, ouvir os outros, respeitar e tratar dos outros. Unir, curar, juntar a nação”, e garantiu que vai governar com o intuito de representar toda a população, incluindo aqueles que não votaram em si.


Agora, com a vitória garantida, no seu primeiro discurso como presidente eleito dos EUA, Biden mantém-se fiel às mensagens que entregou durante o período eleitoral, com a promessa de ser um “presidente que não vai dividir, mas sim unificar. Que não vê Estados vermelhos nem Estados azuis, só vê os Estados Unidos”.


Para além disso, o antigo vice-presidente expressa a sua vontade em “conquistar a confiança de todos” e “reconstruir a alma da América”. Antes de apelar à cooperação entre democratas e republicanos, o presidente eleito defendeu que este é o momento de lutar “contra as grandes batalhas do nosso tempo”.

“A batalha de controlar o vírus, a batalha de construir prosperidade, a batalha de garantir os cuidados de saúde das vossas famílias, a batalha de conseguir a justiça racial e acabar com o racismo neste país, assim como a ba talha de salvar o nosso planeta, controlando o clima. A batalha de restaurar a decência, defender a democracia e dar a todos neste país uma oportunidade justa, que é tudo o que querem”, rematou.


Fonte: Associated Press

Kamala Harris, no seu primeiro discurso como vice-presidente eleita, agradeceu à população por dar “um novo futuro ao país”, num momento em que “a nossa democracia estava em risco nas urnas” e em que “a alma da América estava em causa”.


Recusa em reconhecer derrotar, batalhas legais e entraves ao processo de transição


Numa fase em que Biden começava a recuperar terreno em vários estados-chave durante a contagem dos votos por correspondência – na sua vasta maioria favoráveis ao candidato democrata -, o presidente Donald Trump já anunciava as suas intenções de arrancar com vários processos legais para travar aquele que considera ser o “roubo das eleições”.


Com incentivos à sua fação de apoiantes para protestar os resultados das eleições, o que levou a confusão e reforço da carga policial junto aos locais onde decorriam as contagens nos swing states, bem como inúmeras campanhas de desinformação, a última arma da campanha do atual presidente são os processos judiciais que se vão multiplicando pelos vários estados decisivos nesta eleição.


Uns pretendem suspender as contagens, outros contestam os votos entregues e há ainda aqueles que pretendem impedir que sejam contados os votos entregues por correspondência após o fecho das urnas, algo permitido pela lei do Estado. Ainda que quase todos estejam a ser travados nos tribunais estaduais, Trump promete levar algumas destas batalhas até à última instância, isto é, até ao Supremo, onde a maioria é republicana.


Nesta fase, vários dias após as projeções darem o candidato democrata como vencedor, Donald Trump continua sem fazer qualquer declaração pública a reconhecer a derrota e, muito menos, a congratular o seu opositor. Pelo contrário, o atual presidente continua a afirmar que “ganhou por muito” e a reiterar as acusações de fraude eleitoral, apesar da ausência de provas que suportam essa posição.

Nesse sentido, e de acordo com a informação avançada pelo Washington Post, a General Services Administration, entidade responsável pela burocracia associada ao processo de transição entre as equipas do atual presidente e do presidente eleito, continua sem assinar a carta que permite, de forma formal, que a equipa de transição de Joe Biden comece a preparar a chegada do novo líder à Casa Branca.


Esta ação, levada a cabo por um funcionária nomeada para o cargo por Donald Trump, é mais um sinal de que a atual administração não pretende reconhecer os resultados eleitorais e das suas intenções em atrasar o processo de transferência de poder.


Republicanos afastam-se de Trump e dão os parabéns a Biden


Para além de já ter sido reconhecido e congratulado por vários líderes políticos de todo o mundo, Joe Biden viu também várias figuras importantes do partido republicano reconhecer a sua vitória. Entre elas, está o antigo presidente norte-americano George W. Bush que escreveu, em comunicado, que “embora tenhamos divergências políticas, sei que Joe Biden é um homem bom, que ganhou esta oportunidade de liderar e unir o nosso país”.


Também Mitt Romney, senador do Utah e candidato presidencial derrotado por Barack Obama em 2012, deu os parabéns a Joe Biden e Kamala Harris, pessoas que afirma terem “boa vontade e bom carácter”. Relembre- -se que Romney foi o único senador republicano a votar a favor do processo de impeachment de Trump.

Cindy McCain, viúva do republicano e candidato presidencial John McCain, também congratulou “o seu bom amigo e presidente eleito Joe Biden” e afirmou saber que este “vai unificar o país no caminho para um futuro melhor”.


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