Menos Maregas, Mais Maradonas
- Miguel Freitas
- 1 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de jan. de 2021

Dia 25 de novembro de 2020. Um dia e um ano que mais tarde não vamos querer recordar por nos ter tirado algumas das figuras mais emblemáticas do desporto. Diego Armando Maradona, Kobe Bryant e Vítor Oliveira, todos deixam um vazio pelas mais diversas razões. Mas estou aqui para falar do astro argentino. Reconhecido por muitos como o melhor de sempre, Maradona representava um tipo de jogador que cada vez menos aparece no futebol atual: o jogador franzino. Apesar da sua qualidade técnica e facilidade em marcar golos, outrora pode ter sido criticado devido ao seu físico e isso cada vez mais é atual.
No futebol moderno, paira a ideia que cada vez mais um jogador tem de ganhar alguma massa muscular para conseguir competir entre os melhores, sobretudo em Portugal. Temos o exemplo do Tiago Dantas, que passou do Sport Lisboa e Benfica B para o Bayern München B, onde já se fala numa eventual promoção para a equipa principal. Fruto do contexto atual da equipa principal do Benfica, devido a Jorge Jesus ou não, a verdade é que Tiago Dantas fez três épocas na equipa secundária do Benfica, onde assumiu um papel de destaque, mas nunca o suficiente para ser alternativa ou aposta na equipa da Luz.. No entanto, Flick, o treinador detentor da última Liga dos Campeões, vê um enorme potencial no médio…
Outro exemplo é o Romário Baró que, há duas épocas começou a época a titular no meio campo portista, mas desde a sua lesão num lance com o Fábio Cardoso, nunca mais pareceu ser o mesmo, devido à falta de minutos e falta de “corpo” que podia ter. Verdade seja dita que voltar a entrar no 11 de Sérgio Conceição é uma tarefa bastante complicada, mas deve-se ao facto do treinador portista querer cada vez mais músculo no seu meio campo, em detrimento da qualidade.
O futebol mudou muito desde que “El Pibe” jogava. Cada vez mais, os treinadores apostam no físico, devido às mais recentes evoluções e ao desenvolvimento que é possível atingir com outro tipo de equipamento, que outrora não havia. Assiste-se cada vez mais a uma associação ao futebol inglês, onde o físico e a técnica se conjugam. No entanto, alguns treinadores só se interessam pela parte física.
Fábio Vieira, Romário Baró, Rodrigo Valente, Vítor Ferreira, Tiago Dantas, Florentino Luís, e mais alguns jogadores promissores portugueses das equipas dominadas “grandes”, vão ter e estão a ter algumas dificuldades para se afirmar nas respetivas equipas principais, quando o suposto era construir uma equipa à volta deles, seja em rotação, seja a titular. A qualidade técnica e o entender de tudo o que rodeia o jogo está lá, sobretudo a primeira, mas no futebol, a qualidade não se mede aos quilos.
Felizmente, ainda existem treinadores que eliminam esse tipo de “estereótipo”. Se Thiago Alcântara ou Phil Foden estivessem no Porto ou no Benfica, lutavam para ganhar um lugar no 11, quando claramente estão num nível acima de todos os outros. O músculo e a força fazem parte do “novo futebol” e por vezes ganha jogos, mas a técnica e o requinte serão sempre a essência do desporto rei.
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