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  • Foto do escritorMiguel Freitas

Morreu Diego Armando Maradona, "El Pibe"

Diego Armando Maradona, lenda do futebol mundial, morreu esta quarta-feira aos 60 anos. A informação foi avançada em primeira mão pelo diário argentino Clarín e já foi confirmada pelo seu agente.

Fonte: Sapo

O antigo jogador teve uma paragem cardiorrespiratória em casa, na zona de Tigre, dias depois de ter sido operado à cabeça. É considerado por muito um dos melhores jogadores da história, apesar de toda a controvérsia gerada em seu redor. Atualmente era treinador no comando técnico do Gimnásia y Esgrima.



D10S


Nascido num bairro pobre de Buenos Aires, mostrou-se pela primeira vez nos Argentinos Juniors. Com 15 anos, rapidamente se destacou pelas fintas e golos de elevado grau de dificuldade que marcava. Estreou-se na divisão principal da Argentina com a mesma idade. Desde cedo se tornou um fenómeno pelas fintas e pela quantidade de golos que marcava sem ser um ponta-de-lança.


Bastou um ano para chegar à seleção da Argentina, pela mão de César Menotti, em 1977, num amigável frente à Hungria e tornar-se no jogador mais jovem a vestir a camisola da alviceleste, jogando 25 anos ao lado de nomes como Ardilles ou Gatti. Apesar do mediatismo, não fez parte dos escolhidos para o Mundial de 1978, uma decisão que gerou controvérsia na Argentina, devido à admiração que já todos tinham por ele. Embora Maradona não constasse na convocatória da seleção A, a mesma viria a ganhar o Mundial e em 1979, “El Pibe” comandou a Seleção sub-21 até à vitória.


Em 1981, chega ao Boca Juniors, um dos grandes amores na sua vida, e teve de fazer apenas uma época para se transferir para o velho continente e protagonizar a transferência mais cara do futebol mundial. Barcelona era o seu destino, mas a sua estadia acabou por ser curta. Um dos episódios mais mediáticos foi a grave lesão que sofreu após uma entrada dura de Goicotxea, jogador do Athletic de Bilbao, que lhe valeu uma fratura no tornozelo e 25 jogos de suspensão.


A frontalidade de Maradona criou-lhe bastantes inimigos. Acusou a televisão de não fazer uma cobertura apropriada aos jogos, o que motivava os jogadores mais duros a jogar para além dos limites. Além disso, o seu comportamento fora das quatro linhas valeu-lhe uma alcunha: Sudaka, um termo depreciativo usado em relação aos índios Sul Americanos.

Fonte: FC Barcelona

Antes de se transferir, o reencontro com Atlético de Bilbau foi memorável pelos piores motivos. Um conjunto de agressões acabaram numa batalha campal entre jogadores, treinadores e dirigentes de ambas as equipas. Foi tão grave que o astro argentino teve de se desculpar formalmente perante o Rei de Espanha. Após dois anos em solo espanhol, despedia-se da Catalunha rumo ao Nápoles, outro dos amores da sua vida. Pelo meio ficou a conquista da Copa do Rei em 1983.


Ho visto Maradona...


Em 1984, o Estádio S. Paolo, em Nápoles, encheu-se para acolher Diego Armando Maradona quando assinou o seu contrato. Foi uma loucura na cidade do sul de Itália. Ao contrário de Barcelona, Nápoles era uma cidade extremamente pobre e isso motivou Maradona, que encontrou bastantes semelhanças entre a sua nova cidade e a sua terra natal.

Fonte: El País

Dois anos depois, chega ao Mundial de 1986. É contra a poderosa seleção inglesa que Maradona marca o famoso golo, que ficou eternizado como a “Mão de Deus”. Depois, uma jogada em que consegue fintar meia equipa inglesa, volta a ficar marcada na história. Na meia-final, o astro argentino volta a deixar a sua marca ao fazer dois golos. Na final, fez o passe decisivo para Burruchaga marcar, levando o povo argentino à loucura. A Argentina voltava a vencer o Mundial de futebol, desta vez com Maradona como génio e capitão.


De volta a Itália, D10s carregou o Nápoles para a conquista de um inédito Scudetto e da Copa Itália. Em 1989, nova glória com a primeira conquista europeia para os napolitanos frente ao Estugarda. Passado um ano, nova conquista do Scudetto em ano de Mundial em solo italiano. Daí em diante, um novo deus surgiu para os adeptos do Nápoles.


No jogo contra Itália, a contar para a fase de grupos, Maradona fez um pedido peculiar aos adeptos napolitanos, ao solicitar o seu apoio contra a própria seleção italiana e assim foi. Assobiado sempre que tocava na bola, “El Pibe” e a seleção Argentina passaram a ser odiados. Apesar de muitos desfalques e fragilidade física, o camisola 10 carregou a equipa até à final, no entanto, desta vez o desfecho foi diferente, com a poderosa seleção alemã a levar a melhor por 1-0.

A partir desse Mundial, a vida do argentino mudou drasticamente, fruto de rumores relacionados com a dependência de drogas. Um controlo anti-doping que se revelou positivo fez com que fosse castigado com uma suspensão de 15 meses.


O declínio do astro argentino


Regressou a território espanhol pela porta do Sevilha, tendo apontado 7 golos. No final da época, voltou à Argentina, ao Newell’s Old Boys onde não permaneceu mais que 1 ano apontando pelo meio 5 golos. Na última equipa da carreira, voltou a representar o Boca, a equipa do seu coração.

Em 1994, ditou o fim da carreira do astro argentino. Maradona voltou a acusar dopping e foi suspenso. Retirou-se dos relvados quando completou 37 anos.


Jogou 692 partidas e apontou 358 golos. Debateu-se ainda com vários problemas de saúde que o deixaram entre a vida e a morte. Depois de vários problemas ultrapassados, escreveu um livro, apresentou o seu próprio programa de televisão, onde entrevistou Pelé ou Mike Tyson e fez revelações da sua vida enquanto jogador.



Depois de jogador, Diego Armando aventurou-se na carreira de treinador. A primeira experiência foi na seleção Argentina, onde vergou perante a seleção alemã por 4-0 nos quartos de final do Mundial de 2010, que ditou o seu despedimento. Com experiências nos Emirados Árabes Unidos, México e agora na Argentina, a carreira como treinador ficou longe daquela que teve dentro das 4 linhas.


Irá ser recordado como um dos melhores de sempre, um génio com a bola nos pés e como um Deus para o povo argentino e napolitano.


Adios Diego.


"Si me muero, quiero volver a nacer y quiero ser futbolista. Y quiero volver a ser Diego Armando Maradona. Soy un jugador que le ha dado alegría a la gente y con eso me basta y me sobra"

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