Máscaras que protegem da crise
- Miguel Marques Ribeiro
- 1 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de dez. de 2020
A empresa têxtil O Colchete resiste à crise pandémica através da produção de máscaras sociais reutilizáveis e outros equipamentos de proteção individual. Segundo a Associação de Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), a exportação destes produtos tem dado um forte contributo para a sobrevivência do sector. Com Beatriz Matos.
A fábrica de Gondomar já produziu peças para os grandes desfiles de moda internacionais. Desde a fundação que a sua aposta é numa produção especializada e de alta qualidade, explica Goretti de Sousa, gerente da empresa.
O início da pandemia veio, contudo, acompanhado de uma queda abrupta das encomendas, pelo que foi necessário reorientar a produção dos cerca de cem trabalhadores para as máscaras reutilizáveis e outros produtos Covid-19, com grande procura no mercado.
Nesta fase, a produção de máscaras representa 60 a 70 % da facturação. A empresa já produziu mais de 2 milhões de unidades, a que se somam 50 mil peças de outros equipamentos como batas e fardas.
João de Sousa, o responsável pela área financeira, admite que, numa fase inicial da pandemia, as máscaras sociais foram mesmo o «sustento da empresa».
A expectativa de gestores e trabalhadores é que, assim que as condições de mercado o permitirem, possam retomar a confeção de vestuário, mas para já as máscaras continuam a ter posição de destaque nas linhas de produção.
Exportações de máscaras ultrapassam os 100 milhões de euros
Este está a ser um ano para esquecer para a indústria têxtil portuguesa, a atravessar uma grave crise devido à pandemia. Segundo um estudo recente divulgado pela ATP, 76% das empresas admitem ter prejuízos no último trimestre do ano.
Para muitas destas empresas, a conversão para a produção de máscaras e outros produtos Covid-19 foi a única solução encontrada. Em Setembro, segundo dados do INE tratados pela ATP, a produção de "outros artefactos têxteis confeccionados", onde se incluem as máscaras têxteis, teve, em termos homólogos, um acréscimo de 285%.
As exportações de máscaras e outros produtos de proteção individual atingiram os 126 milhões de euros desde o início do ano: «109 milhões de euros de artefactos têxteis confecionados (onde se incluem as máscaras) e mais 17 milhões de euros de vestuário confecionado com feltros ou falsos tecidos (onde se incluem os equipamentos de proteção individual)», pode ler-se num comunicado da ATP.
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