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  • Foto do escritorJosé Pedro Barbosa

Sir Lewis Hamilton, o rei da nova era do Automobilismo

Em 2020, a "lenda" britânica venceu pela sétima vez o Campeonato do Mundo de Pilotos da Fórmula 1, continuando assim a acumular conquistas na sua ímpar e invulgar história na Categoria mais importante do Desporto Motorizado. De "menino" a "senhor".

Fonte: Essencially Sports

Lewis Carl Davidson Hamilton é o nome completo do grande dominador da Fórmula 1 na última década. Nascido a 7 de janeiro de 1985, em Stevenage, Inglaterra, Lewis tem um caminho muito particular e diferente da maioria dos pilotos. Aos seis anos de idade, o seu pai Anthony Hamilton comprou-lhe um go-kart, algo habitual para qualquer piloto a iniciar a sua carreira. Para assegurar a continuidade de Hamilton no Karting, Anthony chegou a ter quatro trabalhos em simultâneo para poder sustentar todos os custos inerentes a uma modalidade com gastos elevados.


Desde pequeno que Lewis Hamilton mostrou que tinha um talento fora do comum, começando a sua aventura pelo automobilismo aos oito anos de idade. De condução calculista e abordagem perfeccionista, imagem de marca do seu futuro no desporto, o piloto britânico tornou-se, em 1995, no piloto mais novo de sempre a vencer o Campeonato Britânico de Karting, na categoria de Cadetes.


Em 1998, com treze anos de idade, recebeu um telefonema de Ron Dennis que traçou o seu destino. O então chefe da McLaren, ofereceu um contrato ao jovem Hamilton para fazer parte da academia de desenvolvimento da McLaren, arranjando também assim um forte patrocinador e um caminho mais fácil para entrar na Fórmula 1 sem grande financiamento pessoal.



Ron Dennis e Lewis Hamilton Fonte: lewishamilton.com



De 2000 a 2006, venceu praticamente todos os campeonatos em que participou, desde a Fórmula Renault até à GP2 (atual Fórmula 2), categoria secundária e que serve de desenvolvimento e transição para a Fórmula 1.


A Entrada na Fórmula 1


Em 2007, Lewis Hamilton tem a oportunidade de mostrar o seu valor ao volante de um McLaren-Mercedes. As expectativas eram muitas, ia automaticamente para um dos melhores carros da grelha e com um companheiro de equipa que tinha acabado de se tornar bicampeão mundial, o espanhol Fernando Alonso. Esteve perto de se tornar campeão de mundo, ficando em segundo lugar no final da temporada, perdendo o título na última corrida, em Interlagos, no Brasil para o piloto da Scuderia Ferrari Kimi Raikkonen.


Foi no ano seguinte, 2008, que o sonho de menino se concretizou. Num dos campeonatos mais renhidos de sempre, dois pilotos tinham possibilidades de vencer o Campeonato: Lewis Hamilton e o piloto brasileiro Felipe Massa (Scuderia Ferrari). Felipe Massa, atrasado na classificação geral, precisava de vencer a corrida e aguardar que Hamilton ficasse pelo menos em sexto lugar no Grande Prémio do Brasil. Massa fez a sua parte e quando atravessou a linha de meta pela última vez, Hamilton estava na sexta posição. A euforia enchia as bancadas do Circuito de Interlagos e nada fazia prever o momento que se seguiu.


Na última curva, da volta derradeira do campeonato, Hamilton ultrapassou de forma surpreendente o alemão Timo Glock, o que, na altura, fez com que se tornasse no Campeão do Mundo mais jovem de sempre, aos 23 anos de idade. Um momento que até hoje é relembrando por todos os fãs da modalidade, com a célebre frase do comentador da "Sky Sports" Martin Brundle, ecoando “Is that Glock”? Nos quatro anos seguintes, Hamilton continuou a acumular vitórias e pódios todos os anos, mas sem nunca conseguir regressar ao lugar mais alto do pódio no final da temporada.


Mercedes e Hamilton, a dupla perfeita


Em 2013, Hamilton decide mudar de equipa após 15 anos de ligação contratual com a McLaren e seguir o seu trajeto na Mercedes, que havia regressado à Fórmula 1 como equipa e não somente como fornecedora de unidades motrizes em 2010. Uma decisão algo controversa, que levou muita gente a achar que Lewis Hamilton nunca seria Campeão do Mundo de novo, ao correr o risco de ir para uma equipa em desenvolvimento e que não era das favoritas a vencer. A verdade é que a partir de 2014, todos os Campeonatos de Fórmula 1, Pilotos e Construtores, foram conquistados pela construtora alemã. De 2014 até 2020, Lewis Hamilton só perdeu o título de 2016 para o seu companheiro de equipa Nico Rosberg, numa demonstração do domínio do carro, mas também da classe do piloto britânico.


Pelo meio, ficaram muitas batalhas contra grandes nomes da modalidade, do qual se destaca Sebastian Vettel, o tetracampeão do mundo (2010-2013) que, ao volante de um Ferrari, foi o grande rival de Lewis Hamilton nas últimas temporadas. A ligação entre Toto Wolff (chefe da equipa Mercedes) e Hamilton é considerada uma das mais fortes dos últimos anos, somente equiparada à relação de Jean Todt e Michael Schumacher na Ferrari, no início do novo milénio.






Em 14 temporadas na categoria rainha do Automobilismo, Lewis Hamilton é detentor de muitos dos recordes da Fórmula 1, destacando-se os seguintes: Campeonatos do Mundo de Pilotos (7), igualado com Michael Schumacher); Pole Positions (98), Vitórias num só mês (4), Pontos para o Campeonato (3779), Vitórias em Grandes Prémios (95), Vitórias em Circuitos distintos (29), entre muitos outros.





O legado icónico


Apesar de não ser uma figura adorada por todos, com uma personalidade mais fechada e excêntrica, Hamilton quebrou muitas barreiras como piloto e como pessoa. De raça mista, Lewis sempre se identificou como “negro” e tem sido uma das vozes fortes contra o racismo e a injustiça social, num desporto maioritariamente “branco”.


Foi eleito pela revista Time, em 2020, como uma das 100 pessoas mais influentes do planeta e já este ano foi condecorado pela Rainha Isabel II, recebendo o título de cavaleiro da coroa britânica. Não tem ainda contrato assinado para a próxima temporada, mas tudo indica que voltará à pista para tentar criar ainda mais história pela Mercedes e pelo seu país. Um “Sir” da Fórmula 1, um ídolo para muitos e um dos melhores pilotos da história do Automobilismo.

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