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Web Summit: o início de uma aventura online

Com mais de 100 mil espetadores de 168 países, o primeiro dia da Web Summit totalmente online ultrapassou todas as previsões feitas pelo CEO e fundador, Paddy Cosgrave.

Fonte: Expresso

Com 104 328 pessoas de todo o mundo, o primeiro dia do evento totalmente online foi um sucesso. Com Filomena Cautela, apresentadora da RTP, a ser a primeira pessoa a aparecer no ecrã para dar as boas-vindas às 6 mil pessoas que já esperavam pelas primeiras imagens do evento, deu lugar a António Costa e Fernando Medina, para reforçarem a ideia que Portugal quer cada vez mais se afirmar como um marco da inovação.


O primeiro-ministro começou o evento dizendo que "É certamente o ano em que juntamos esforços para o mundo pós-pandémico". Acrescentou, ainda que os participantes durante os próximos três dias "vão ter acesso a líderes, empreendedores, e descobrir o nosso ecossistema vibrante". Reforçou a ideia que não há nada mais poderoso que milhares de criadores e políticos a discutir novas ideias para o futuro e que durante este ano Portugal "também saltou para a primeira liga da inovação”, fazendo referência ao Plano para a transição digital lançado, no início deste ano, pelo Governo.


Depois do primeiro-ministro, foi a vez do presidente da câmara de Lisboa sublinhar que o mais importante é que a conferência se realize “Não estamos juntos mas o mais importante é que o Web Summit está on“. De recordar que, o ano passado, o evento trouxe um retorno económico ao país na ordem dos 300 milhões de euros.


A tecnologia em crescendo em plena pandemia


Depois das boas-vindas por parte dos hosts do evento, foi a vez da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falar sobre a tecnologia, nomeadamente numa altura tão atípica como esta e os desafios do continente europeu no campo tecnológico. Sublinhou que, com a criação de vacinas num curto período de tempo que "A tecnologia salva vidas". Apesar dos impactos económicos do Covid-19, as empresas tecnológicas europeias apresentaram um crescimento significativo em 2020.

A presidente referiu ainda que "os valores que partilhamos no mundo offline sejam os mesmos no online. O que é ilegal offline deve ser também ilegal online", fazendo alusão a discursos de ódio na internet. "Estamos a criar um conjunto de regras para todos os negócios digitais, de Lisboa à Lapónia".


Com a tecnologia a crescer de ano para ano, foi em 2020 que aconteceu um dos maiores booms dada a necessidade de teletrabalho para uma grande maioria da população. Cal Henderson, cofundador do Slack, afirmou que esta transformação muda a forma como olhamos para o trabalho "significativamente para sempre". Com o teletrabalho as interações pessoais foram-se perdendo, mas foi uma das coisas que a empresa teve em conta "há mais mensagens enviadas, mais uso das plataformas, o número de minutos online aumentou". A Slack, uma das principais ferramentas de trabalho remoto em todo o mundo com milhões de utilizadores, foi vendida esta semana por uma quantia superior a 27 mil milhões de dólares.


Os desafios da música durante a pandemia


Para falar sobre a música, o cantor Liam Payne participou com Marian Dicus, vice-presidente no Spotify. Com o assunto a recair essencialmente sobre os desafios para o mundo da música que a pandemia tem vindo a trazer, o cantor referiu que "é importante dar apenas mensagens educativas. Todos sofremos com a desinformação, especialmente na internet". Além disso, afirmou que a tecnologia nos uniu mais do que nunca.


Marian Dicus, por sua vez, explicou que o Spotify tem feito esforços para potenciar uma maior interação entre artistas e fãs através da plataforma "Temos estado a encorajar os artistas para que continuem a lançar música. As pessoas querem inspiração dos artistas que adoram".

Fonte: Web Summit

Também David Guetta, DJ francês falou sobre o processo de criar música ao estar confinado em casa. O artista que conta com inúmeros sucessos ao longos dos anos, quebrou o recorde de livestream mais visto no Facebook durante o período de isolamento, onde arrecadou mais de 1,5 milhões de dólares para ajudar na luta contra o Covid-19.


Apesar do recorde, confessa que foi complicado decidir o que fazer em plena pandemia "Como é que se faz música eletrónica quando os DJs não podem tocar?". Disse, também, que acabou por aproveitar para fazer músicas todos os dias e aprender um bocado mais sobre a sua profissão.


Os problemas que o jornalismo moderno enfrenta


Também o jornalismo sofreu inúmeras alterações com o avanço da tecnologia, sobretudo na rapidez obrigatória de dar notícias. Com Norman Pearlstine, editor executivo do LA Times, Neil Brown, presidente do Poynter Institute e Connie Guglielmo, editora do CNET no painel, discutiu-se o futuro das notícias.


Com a rapidez a ser impingida nas redações, a produção dos conteúdos também sofreu alterações. Connie Guglielmo, que trabalho no antes e no depois da revolução tecnológica, sente falta do tempo em que existia para preparar histórias, pensar no conteúdo e tentar colocar a melhor peça disponível para os leitores. No entanto, hoje em dia "é tudo mais rápido" – "gostava de ter mais tempo para reportar mas esse já não é o mundo em que vivemos".

Fonte: Meios & Publicidade

Segundo o painel, um dos principais desafios do jornalismo da era moderna é o financiamento para produção de conteúdos, especialmente numa época em que a verdade é mais importante que nunca devido à existência das fake news "Estamos numa ‘guerra’ com a tecnologia sobre o jornalismo que deve prestar um serviço público. Esse jornalismo custa dinheiro".


Neil Brown refere, também, que daqui a 30 anos o jornalismo vai continuar a ser parte preponderante da sociedade, mas o "novo jornalista" tem de se adaptar encontrando novas formas de contar histórias. O americano considera que "se contarmos as historias bem, as pessoas vão encontrar novos motivos para querer ler e vamos encontrar novas formas de financiar estes conteúdos", ligando esta questão à da necessidade de maiores fundos para a sobrevivência do jornalismo.


As “fake news” e a "importância" das redes sociais


No segundo dia da Web Summit, as discussões sobre o estado atual do jornalismo continuaram, com um foco principal nos novos meios de transmissão da notícia. No debate entre os jornalistas Adrienne LaFrance (Editora da revista The Atlantic) e Matthew Kaminski (Editor Chefe da revista Politico).


Fonte: Manuela Pires/RR

Adrienne LaFrance diz que “temos canais online em que não interessa que tipo de má informação queremos colocar lá, seja sobre vacinas ou fraude eleitoral”, lamentando a falta de crença das pessoas "na ciência e nas instituições". A notoriedade que o Facebook ganhou nos últimos anos foi outra das temáticas abordadas por Adrienne LaFrance, considerando esse fator muito preocupante e que é necessário uma reavaliação da busca de informação quer pelos jornalistas, quer pelos cidadãos.


Seguindo a mesma linha de pensamento, Matthew Kaminski afirma que "qualquer pessoa com Internet pode ser um editor de notícias", com um poder de alcance a uma escala global. Isto traz imensos problemas no controlo da informação credível e permite a disseminação em massa da desinformação.


O jornalista americano defende um retorno aos "princípios base" do jornalismo, de forma a combater o mundo atual "muito ruidoso", notando que a facilidade na transmissão da informação e o imediatismo que a sociedade se habituou não permite às pessoas "parar para ver o que os jornalistas podem fazer".


Ambientalismo vs Capitalismo

Fonte: Heliogen

A discussão sobre os recursos naturais da Terra também foi um dos destaques do segundo dia desta Web Summit "Online", tendo como vozes díspares Ana Salcedo (co-fundadora da Zero Waste Lab) e Bill Gross (CEO da Heliogen).


A temática abordada durante uma mesa aberta virtual, o tema abordado foi " como um futuro de zero desperdício pode-se tornar acessível". Ana Salcedo defende que, apesar da existência de muitas práticas que aparentam ser sustentáveis, essas não devem ser as únicas medidas.


Para a co-fundadora da Zero Waste Lab, a solução passa por uma economia mais comunitária, reforçando a ideia de que o consumo excessivo deve ser travado. "O ensino é fundamental", diz Ana Salcedo, procurando passar a mensagem de que é necessária uma consciencialização mais aprofundada sobre esta temática nas escolas.


Já Bill Gross, empresário norte-americano, olha para o Capitalismo como uma solução para a crise climática. A combinação entre o desenvolvimento tecnólogico e o Capitalismo são as bases defendidas pelo CEO da Heliogen no combate à falta de recursos naturais.


Com o crescente desenvolvimento tecnológico, cada vez mais investidores "apostam nas energias renováveis, não pelos valores morais, mas sim porque os retornos financeiros estão a ganhar uma expressão crescente", diz Bill Gross.


A mulher no mundo da tecnologia


Fonte: exame.com

No terceiro e último dia da Web Summit em Lisboa, as questões sociais foram o foco principal dos oradores, sempre com a tecnologia como elemento base de todo o congresso. Os desafios das mulheres na área da tecnologia foi uma das temáticas abordadas.


Kira Komshilova, engenheira filandesa e líder da equipa de desenvolvimento de suporte t´écnico da Huawei nos países do Norte da Europa, trabalha exclusivamente com homens e divulgou dados estatísticos da UNESCO ilustrativos da presença minoritária da mulher no mercado de trabalho.


"É necessário mudar a mentalidade da sociedade", diz Kira Komshilova, defendendo que os pais são os principais culpados por esta desigualdade no mercado de trabalho e realça também a importância que a comunicação social tem no combate a esta problemática.


O mundo das celebridades


A Web Summit está também repleta de figuras muito conhecidas. Desde atletas como Serena Williams e Ricardo Quaresma, a atores como Kevin Hart e Jessica Alba, muitos utilizam esta plataforma como meio de promoção dos seus novos projetos ou de alguma marca.


Neste último dia, o destaque vai para o ator americano Chris Evans, conhecido pela sua interpretação do super-herói "Captain America" da Marvel. É um dos criadores da plataforma A Starting Point, juntamente com Joe Kiani e Mark Kassen que tem como propósito promover a participação cívica e o debate de opiniões divergentes.

Ao inicio, "as pessoas achavam que era tudo uma piada", diz Chris Evans, mas o ator levou o projeto à frente, relevando que se sentia falta de uma plataforma que permitisse dar tempo de antena a temas e opiniões distintas, referindo a falta de um "meio termo" na sociedade atual.


Como objetivo principal, Chris Evans pretende levar este projeto "às escolas, trazendo a tecnologia, as oportunidades e possibilidades aos estudantes", com o objetivo de aumentar o seu conhecimento, capacidade de inovação e pensamento crítico


"A Web Summit digital é tão importante, porque o mundo está a mudar"


Foi com esta frase que Marcelo Rebelo de Sousa marcou o encerramento da edição de 2020 da Web Summit. O Presidente da República realçou a importância de todos os temas discutidos nesta plataforma e trouxe uma mensagem de união para todos os participantes, referindo que "a pandemia mostou que nenhum país, sozinho, consegue lidar com tamanho problema".

Relativamente a 2021, a Web Summit será realizada com moldes diferentes. As ruas de Lisboa serão, de novo, o epicentro do maior evento tecnológico do mundo, mas num modelo híbrido. A organização espera cerca de 70 mil pessoas na capital portuguesa, à qual se podem juntar 80 mil participantes online, referiu Paddy Cosgrove, criador do Web Summit.


A partir de 2022, a organização liderada por Cosgrove planeia expandir a marca Web Summit, criando para esse efeito uma edição em Tóquio, dois meses antes da data em Portugal, alterando assim o nome do evento em Portugal para "Web Summit Lisbon". O objetivo, segundo Paddy Cosgrove, é levar o evento a diversos países e continuar assim a expansão do universo tecnológico por todo o planeta.

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